terça-feira, 5 de julho de 2011

A Dependência...


A Organização Mundial da Saúde entende por farmacodependência o estado psíquico, e às vezes físico, provocado pela ação recíproca entre um organismo vivo e uma droga. Esse estado se caracteriza por alterações de comportamento e outras reações, compreendendo sempre um impulso irreprimível de tomar a droga de maneira continuam ou periódica, a fim de experimentar seus efeitos psíquicos e, às vezes, para evitar o mal-estar produzido pela privação.
As características da substância são importantes para explicar o vício de consumi-la, mas há outras variáveis fundamentais que explicam esse processo. Entre elas estão à função inicial desse consumo e as características pessoais do indivíduo, a dependência pode ser acompanhada de tolerância; e consiste na necessidade sempre presente, a nível fisiológico, o que torna impossível à suspensão brusca das drogas. Essa suspensão acarretaria a chamada crise da "abstinência".

Dependência Psicológica:

A dependência psicológica indica a existência de alterações psíquicas que favorece a aquisição do hábito. O hábito é um dos aspectos importantes a ser considerado na toxicomania, pois a dependência psíquica e a tolerância significam que a dose deverá ser ainda aumentada para se obter os efeitos desejados.
Em estado de dependência psíquica, o desejo de tomar outra dose ou de se aplicar, transforma-se em necessidade, que se não satisfeita leva o indivíduo a um profundo estado de angústia, (estado depressivo).

Dependência Física:

A dependência física é o resultado da adaptação do organismo, independente da vontade do indivíduo. A dependência física e a tolerância podem manifestar-se isoladamente ou associadas, somando-se à dependência psicológica. A suspensão da droga provoca múltiplas alterações somáticas, causando a dramática situação dos “delírios tremeis".
Isto significa que o corpo não suporta a síndrome da abstinência entrando em estado de pânico. Sob os efeitos físicos da droga, o organismo não tem um bom desenvolvimento.

Requisitos Básicos da Dependência:

Forte desejo ou compulsão para consumir a substância;

Dificuldade no controle de consumir a substância em termos do seu início, término ou níveis de consumo;

Estado de abstinência fisiológica quando o uso cessou ou foi reduzido (sintomas de abstinência ou uso da substância para aliviá-los);

Evidência de tolerância, de tal forma que doses crescentes da substância psicoativa são requeridas para alcançar efeitos originalmente produzidos por doses mais baixas;

Abandono progressivo de prazeres ou interesses alternativos em favor do uso da substância psicoativa, aumento do tempo necessário para obter ou tomar a substância psicoativa ou para se recuperar dos seus efeitos.



Só pra Variar...


O moralista chega para o bebum desconhecido e dá uma dura!

- Você sabia que beber é um crime que você pratica contra seus filhos?

- Ah, é? Por quê?

- Ora, seu irresponsável, porque os filhos dos bêbados nascem idiotas!

O bêbado retruca.

- Mas você acha que é fácil parar de beber? Pergunte a seu pai.





O Álcool no Cérebro...

O álcool parece atuar sobre canais existentes nas membranas dos neurônios, através dos quais estas células trocam íons com o meio circundante. Por meio deles, íons positivos ou negativos
Entram e saem dos neurônios, aumentando ou diminuindo sua atividade elétrica.
O procedimento, por sua vez, afeta todas as funções cerebrais. Normalmente, os canais iônicos são abertos ou fechados pela ação de neurotransmissores ou por variações na diferença de potencial elétrico entre o interior e o exterior dos neurônios.
Diversas partes do cérebro são afetadas pelo efeito sedativo do álcool tais como aquelas responsáveis pelo movimento, memória, julgamento, respiração, etc. porque existem receptores GABA em muitas partes do cérebro. O uso prolongado do álcool pode causar dependência. Então, se a pessoa para de beber, ela experimenta desconforto emocional, ansiedade, tremores, insônia.

Por que o álcool relaxa?

O álcool abre um tipo específico de canal iônico, chamado de GIRK. Quando aberto, esse canal permite que as células cerebrais eliminem íons potássio, reduzindo desse modo sua atividade. O resultado é uma depressão do funcionamento do cérebro - percebida como sensação de relaxamento pela pessoa que bebeu.
A ação direta do álcool só foi confirmada em relação a esse fenômeno específico. Outros efeitos da droga, como a diminuição do controle motor, são provocados indiretamente e exigem o auxílio de neurotransmissores ou da alteração da voltagem nas membranas dos neurônios.



segunda-feira, 4 de julho de 2011

O Álcool na Gravidez

A maior parte das mulheres consome álcool antes de saber que está grávida. Desta forma, fortalece-se que nem sempre os efeitos da bebida no crescimento e desenvolvimento normal dos fetos são nocivos.
Sem dúvida, está claro e comprovado cientificamente que beber de maneira crônica e exceder-se no consumo afeta o crescimento normal dos bebês.


Efeitos prejudiciais mais frequentes no feto:

- Malformações: no corpo, nos órgãos internos e, em parte dos sentidos.

- Síndrome de Down: atraso mental.

- Deficiências orgânicas: após o nascimento, a criança pode apresentar incapacidade de desenvolvimento normal, dificuldades de aprendizagem, defeitos de caráter, pobreza mental e espiritual.

- Morte: o excesso de álcool pode causar um aborto.


Como o álcool afeta o feto:


Qualquer quantidade de álcool, por menor que seja, pode por em risco o desenvolvimento do feto, produzindo deficiências físicas e mentais.
Os danos são produzidos, porque a gestante elimina duas vezes mais rápido o álcool do seu sangue que o bebê, forçando-o a realizar uma tarefa para qual seus órgãos não estão preparados.


domingo, 3 de julho de 2011

Tipos de Bêbados



Mitos e Verdades

Mito: O álcool é a causa do alcoolismo.

Fato: Apesar de o alcoolista ser dependente de álcool, não é o álcool em si que causa o alcoolismo. Se isto fosse verdade toda pessoa que bebesse seria alcoolista. O que se sabe é que o alcoolismo não pode ser explicado por um único fator, mas pela interação de elementos genéticos, psicológicos e ambientais.

Mito: O vinho é uma bebida leve pois contém menos álcool do que as outras bebidas.

Fato: A quantidade de álcool que a pessoa ingere depende da quantidade de doses que ela toma. Um copo de vinho tinto (aproximadamente 120ml), uma lata de cerveja (aproximadamente 285ml) e uma dose de bebida destilada (aproximadamente 30ml) contém a mesma quantidade de álcool.

Mito: Misturar cerveja, vinho e destilados leva a embriaguez mais rapidamente do que só tomar um tipo de bebida alcoólica.

Fato: O nível de álcool no sangue é que determina o nível de sobriedade ou intoxicação alcoólica do indivíduo. Lembre-se que a quantidade de doses que a pessoa toma é que vai determinar a quantidade de álcool em seu sangue.

Mito: Beber café ajuda a pessoa a se restabelecer do 'porre'.

Fato: Apenas o tempo pode ajudar uma pessoa a se restabelecer do porre. O organismo humano demora em média uma hora para processar uma dose de álcool.

Mito: Os efeitos do álcool no corpo da mulher são iguais aos efeitos do álcool no corpo do homem.

Fato: De maneira geral a ingestão da mesma quantidade de álcool afeta a mulher mais rapidamente do que o homem (mesmo levando-se em conta as diferenças no peso corporal). Isto ocorre porque a mulher apresenta menos água em seu corpo do que o homem e o álcool quando misturado a água do corpo torna-se mais concentrado na mulher.

Mito: Os efeitos do álcool no corpo do idoso são iguais aos efeitos do álcool no corpo do jovem.

Fato: Os efeitos do álcool no organismo variam com a idade. Perda de reflexos, problemas com audição e visão e menor tolerância aos efeitos do álcool deixam os idosos sob o risco de quedas, acidentes automobilísticos e outros tipos de acidentes que podem resultar do uso de álcool. Com a idade, há também uma tendência de aumento no consumo de medicamentos. A mistura desses medicamentos com álcool pode trazer conseqüências danosas, inclusive fatais à saúde. É sabido que mais de 150 remédios interagem de maneira prejudicial ao indivíduo. Ademais, o uso de álcool pode agravar condições clínicas comuns entre os idosos, como hipertensão e úlcera. Mudanças no organismo dos idosos fazem a ingestão de álcool provoque efeitos mais acentuados comparativamente aos jovens de mesmo sexo e peso. Assim, os idosos devem se ater a ingerir no máximo apenas 1 dose de bebida alcoolica por dia.

Mito: Problemas decorrentes do uso de álcool são um claro indicador de que a pessoa sofre de alcoolismo.

Fato: Apesar do abuso de álcool não ser sinônimo de alcoolismo, ele pode trazer inúmeros problemas para o individuo e sociedade. Alguns destes problemas são: faltas no trabalho e escola, acidentes de transito, envolvimento em brigas, entre outros.

Mito: O alcoolista é uma pessoa fraca e irresponsável.

Fato: O alcoolismo é uma doença crônica que compreende os seguintes sintomas: desejo incontrolável de beber, perda de controle (não conseguir parar de beber depois da pessoa ter começado), dependência física (sintomas físicos como sudorese, tremedeira e ansiedade quando a pessoa está sem o álcool) e tolerância (a pessoa com o tempo passa a precisar de doses maiores de álcool). A dependência de álcool não está associada ao caráter do indivíduo e muito dos problemas que ele apresenta são decorrentes da própria doença.

A cerveja é menos nociva que outros tipos de bebidas alcoólicas.

Mito: Uma lata de cerveja, uma taça de vinho ou um martelinho de cachaça são igualmente nocivos. A única coisa que varia é a quantidade.

O problema não é beber, e sim misturar.

Mito: Misturar cerveja, vinho, cachaça e etc., vai é acabar com seu estômago e fígado, mas não são mais prejudiciais do que beber apenas um tipo de bebida. Álcool é álcool.

Uma ducha fria, café bem forte e ar fresco te deixarão sóbrio.

Mito: Somente o tempo vai eliminar o álcool de seu organismo. Seu organismo levará aproximadamente uma hora para eliminar a maior parte do álcool presente em uma cerveja, por exemplo. A ducha fria pode, no máximo, te manter acordado, mas o álcool não sairá de seu corpo.

Café te deixa acordado o suficiente para dirigir após beber.

Mito: Dê uma xícara de café a um bêbado e a única coisa que você terá é um bêbado acordado. A energia dada pela cafeína não é capaz de mantê-lo alerta e recuperar a velocidade na tomada de decisões perdidas com o consumo de álcool.

Eu bebo apenas cerveja e não tenho problemas para dirigir.

Mito: Basta apenas uma latinha de cerveja e sua percepção de distância e velocidade já ficam alteradas.

Veja a relação abaixo:

• 0,2 a 0,3g/l (um copo cerveja, um cálice pequeno de vinho, um dose uísque ou de outra bebida destilada): As funções mentais começam a ficar comprometidas. A percepção da distância e da velocidade é prejudicada.
• 0,31 a 0,5g/l (dois copos cerveja, um cálice grande de vinho, duas doses de bebida destilada): O grau de vigilância diminui, assim como o campo visual. O controle cerebral relaxa, dando a sensação de calma e satisfação.
• 0,51 a 0,8g/l (três ou quatro copos de cerveja, três copos de vinho, três doses de uísque): Reflexos retardados, dificuldades de adaptação da visão a diferenças de luminosidade; superestimação das possibilidades e minimização de riscos; e tendência à agressividade.
• 0,81 a 1,5g/l (grandes quantidades de bebida alcoólica): Dificuldades de controlar automóveis; incapacidade de concentração e falhas de coordenação neuromuscular.
• 1,51 a 2g/l (grandes quantidades de bebida alcoólica): Embriaguez, torpor alcoólico, dupla visão.
• 2,1 a 5g/l (grandes quantidades de bebida alcoólica): Embriaguez profunda.
• Acima de 5g/l (grandes quantidades de bebida alcoólica): Coma alcoólico.

Se eu bebo, eu compenso dirigindo mais devagar e em segurança.

Mito: Beber e dirigir não são seguro, não importa sua velocidade. Na verdade, se dirigir devagar demais pode acabar atrapalhando o trânsito e causar acidentes de qualquer maneira.

Comer bem antes de beber vai te manter sóbrio.

Mito: Beber com o estômago cheio vai apenas atrasar a absorção de álcool na sua corrente sanguínea, mas não impedi-la. Comer antes de beber não vai impedi-lo de ficar bêbado.

Cada um reage de maneira diferente ao consumo de álcool.

Verdade: Quem nunca ouviu falar que “Fulano é que nem Miojo! Cozinha em três minutos!”? Muitos fatores influenciam ao modo com que cada um reage ao álcool: peso, metabolismo, sexo, etc.… Uns toleram mais, outros menos.

É possível enganar o bafômetro colocando pedras de gelo na boca antes de assoprar o aparelho. O gelo libera hidrogênio e faz com que o álcool não seja percebido pelo medidor.

Mito: Para começar, gelo não libera hidrogênio ao derreter. Nem mesmo sua associação com a Coca-cola irá liberar algo além de água e gás carbônico. Não há qualquer embasamento químico para esta afirmação.

É possível enganar o bafômetro usando alguns truques simples: chupar pastilhas de menta extra-fortes, comer cebola, beber anti-séptico bucal ou colocar uma moeda na boca após beber.

Mito: Até mesmo os Mythbusters já fizeram estes testes e comprovaram que nenhum truque é capaz de enganar o bafômetro. Aliás, o anti-séptico bucal é capaz de aumentar a concentração de álcool no sangue caso ingerido.

O bafômetro não é um instrumento preciso.

Verdade: O bafômetro faz apenas uma estimativa da concentração de álcool em seu sangue, porém é suficiente para determinar se uma pessoa está embriagada ou não, mesmo com uma margem de erro de até 30%.

O “bafo” de álcool é o que determina se alguém está bêbado ou não.

Mito: Na verdade, não é o álcool que causa o mau hálito (o famoso bafo-de-onça) e sim as substâncias que compõe as bebidas alcoólicas. O cheiro do álcool puro é quase imperceptível pelas pessoas.




Ressaca

A ressaca parece ocorrer por três motivos: 1. Intoxicação pelo acetaldeído. 2. Queda da glicose sanguínea (hipoglicemia) e 3. Desidratação.



1. O acetaldeído chega a ser até 30x mais tóxico do que o etanol. Em casos de consumo de grandes quantidades de álcool, pode haver presença deste na circulação ainda por várias horas após a bebedeira. O acetaldeído é carcinogênico (causa câncer) e leva a lesão do fígado em longo prazo.



2. O processo de metabolização do etanol envolve vias enzimáticas do fígado que também participam da geração de glicose, principalmente em períodos de jejum. Como essas enzimas estão ocupadas metabolizando o etanol, temos uma queda no nível de glicose para o cérebro e outras regiões do organismo. Daí surge os sintomas de fraqueza e mal estar.



3. Uma das ações do etanol no cérebro e inativar um hormônio chamado de ADH (hormônio antidiurético em inglês). Esse hormônio é o responsável pela reabsorção de toda água filtrada pelo rim. O ADH é um dos mecanismos de controle da quantidade de água corporal. Quando este é inibido, toda água que passa pelo rim é eliminada na urina. Por isso, algum minuto após o ingestão de álcool começou há urinar o tempo o todo. Já reparou como é clara a urina após consumo de bebidas alcoólicas? Isso ocorre porque neste momento sua urina é basicamente só água. Esse efeito diurético leva a desidratação, que causa os sintomas de boca seca, sede, dor de cabeça, irritação e câimbras.



Não existe remédio que cure ressaca, nem que acelere o metabolismo do etanol. De nada adianta banho frio, café, chá, produtos com cheiro forte ou qualquer outra medicação caseira. O importante é hidratação, glicose e repouso.